sábado, 22 de janeiro de 2011

O diagnóstico

Finalmente chegou o resultado da biópsia. O Dr. Eduardo nos encaminhou para uma médica e disse que seria ela que trataria o meu problema, a Dra. Priscilla. Mas, afinal, qual era o meu problema? Ninguém sabia a resposta. Na hora da consulta, entramos todos juntos na sala dela, eu, meu pai e minha mãe. Ela parecia ser bem simpática, e logo que entramos pediu que eu explicasse tudo que tinha acontecido, e, em seguida, ela olhou meu raio X, e examinou meu braço. Então a médica disse que eu tinha um tumor. Foi como perder o chão, e de novo aquelas lágrimas que não ficavam quietas. Não dava pra pensar em nada, só chorar. Ela começou a me explicar, e eu me senti como se estivesse sozinha na sala com ela,  eu só ouvia , e ela dizia que eu estava com câncer do tipo osteosarcoma, que eu teria que fazer quimioterapia ( hoje eu sei que é um remédio que se toma via venosa). Mas quando ela falou que meu cabelo iria cair, isso eu não ouvia, porque a voz dela sumia, e na verdade eu não queria escutar nem ela, nem ninguém. Aquele foi, com certeza, o pior momento da minha vida. Meus pais tentavam me acalmar, afinal, eu sabia que eles estavam nessa comigo, mas eu não conseguia prestar atenção em nada, só chorava, e o resto da consulta foi assim. Cheguei em casa e  já fomos arrumar as malas pois no outro dia iríamos para Belo Horizonte iniciar o meu tratamento. Ficou decidido que eu ia me tratar lá, e a Dra. Priscilla já havia até marcado consulta com uma equipe de médicos que cuidavam desse tipo de câncer.
 No dia seguinte fui à escola. Eu queria despedir das minhas amigas e quando cheguei lá percebi que dalí em diante, minha vida não seria mais a  mesma. Era como se mais um dia  ruim começasse, e o que me mantinha firme, era saber que eu não estava sozinha e que tudo aquilo tinha uma data para acabar e além do mais, meu pai me prometeu que daria minha vida de volta. Difícil foi me despedir da  Bruninha, a minha prima querida. Somos inseparáveis e eu não imaginava como seria ficar tanto tempo sem ela, mais eu precisava ir.
A viagem foi bem tranquila para BH. Estávamos todos tão pensativos e confusos, que era difícil falarmos de alguma coisa. O silêncio era maior que todos nós.
Eu e meu pai em BH

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